terça-feira, 24 de agosto de 2010

Popular Canberra esteve no Funchal há 25 anos, com navio-escola Sagres

Há exactamente 25 anos, a 24 de Agosto de 1985, estava no Funchal o navio de cruzeiros Canberra, da P&O. Guardei esta data na minha memória por três razões. Era a primeira vez que ia fotografar um navio de lancha, e logo na Mosquito, da agência Blandy, representante da P&O. Unidade que hoje está no Madeira Story Centre, no Almirante Reis. A expectativa e emoção eram tão grandes que no dia anterior até esqueci-me, no trabalho da minha mãe, da minha Agfa, máquina compacta, com a qual comecei a fotografar os navios em 1984. Um esquecimento que acabaria por trazer-me o desafio de pela primeira vez fotografar com uma máqina mais complexa, uma reflex, uma Nikon F, que o meu pai decidira emprestar-me e com a qual acabaria por fazer milhares de fotografias até em 1990 ter a minha primeira máquina electrónica, uma Nikon 801! Como o tempo passa... O Canberra marcou assim a estreia da Nikon F! Ainda a tenho... velhinha mas cheia de recordações... Nesse sábado, de sol, estava também a barca Sagres que chegou pela manhã, após o Canberra atracar ao molhe da pontinha, depois de manobrar com a proa para o Garajau e vir a ré. O 24 de Agosto e o Caberra marcaram-me ainda por ter sido este o segundo paquete que visitei... ainda me recordo de correr o navio todo... O Canberra era certamente o navio mais conhecido em toda a Madeira. Pelos relógios... (quiçá contrabando...), pelo turismo que trouxe à ilha... por um sem fim de marcas e recordações. Do que mais me recordo era o barulho característico dos rebocadores Cabo Girão e Ponta do Garajau a afastarem-se do molhe da pontinha, junto ao ilhéu de Nossa Senhora da Conceição, rumo ao navio... que chegava quase sempre de Southampton ou das Canárias... Que saudades do Canberra e dos tempos em que os paquetes de turismo eram verdadeiros navios... Fotografias: obtidas a 24 de Agosto de 1985 com a Nikon F, ainda em fase experimental...

3 comentários:

cruzeiros disse...

Ola Luis Filipe!
Apesar e infelizmente de não me lembrar deste maravilhoso navio, aprecio muito. Segundo o que sei acho que o navio efectou a sua ultima rescala em stembro de 97 salvo erro!
O Canberra era uma reliquia da P&O Cruises mandado construir em 1956para efectuar ligações entre o Reino Unido e Austrália, sendo então o maior navio de sempre construido pela classica P&O isto segundo o meu pai. Ele lembrasse prefeitamente do canberra e de o ver no Porto do Funchal. Também soube que o navio canberra esteve no Final do ano de 88 na Madeira.
É uma verdadeira pena não poder ver este navio ao vivo ou se o vi úma verdade é certa não me lembro.
E aproveito para dizer que da gosto ouvir estas suas histórias que são provenientes de um grande entusiasta de navios e de um grande bloguista! E Quem sabe um dia mais tarde eu também me possa relembrar das escalas e historias dos navios aqui no Porto do Funchal.
Belas recordações
Cumprimentos
Abraço com amizade
Jorge Ferreira

Luís Filipe Jardim disse...

Obrigado Jorge pelo teu comentário. Também lamento não ter visto grandes paquetes que passaram pela Madeira antes de nascer, nomeadamente nos anos 60. Houve ano, e em especial algumas décadas, em que se construiram grandes navios que ficaram no tempo. O início do século XX, e depois as décadas de 30 e 60... construiram-se grandes paquetes e alguns passaram pela Madeira. É bom que haja sempre entusiastas de navios e jovens como tú... Ajudam a retratar os navios e os portos como o nosso... Hoje, devemos dar graças a antigas casas de fotografia como os Figueiras, os Perestrellos, os Vicentes, etc, que muito navio fotografavam. Agora são os entusiastas... que ajudam a perdurar no tempo imagens que não se repetem. O Canberra foi efectivamente retirado em 1997... ainda me recordo da última escala. Até sofreu uma avaria que o impediu de largar no dia previsto. Só saiu no dia seguinte... Gostava tanto da Madeira que até pregou uma partida à P&O... Abraço e continua a fotografar os navios mesmo que não tenhas tido o privilégio de fotografar tantas vezes como tive no molhe da pontinha... quem sabe um dia...

João Ratão disse...

A tripulação vendia além dos relógios os célebres óculos Rayban e outras coisas, como isqueiros e máquinas de calcular. Uma coisa curiosa é que a tripulação era na sua maior parte goesa, com nomes perfeitamente portugueses. Tive ocasião de ver mais do que uma vez a listagem dos tripulantes, bem como dos passageiros, que tinha que ser entregue às autoridades portuguesas e os nomes não enganavam.
Muitos anos depois do seu comentário, aqui está esta pequena achega